O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, visitou neste sábado (22), a linha de frente na região ucraniana de Donetsk, onde se encontrou com comandantes de unidades de drones no quartel-general de campo de unidade de drones perto da estratégica cidade de Pokrovsk.
As tropas ucranianas têm resistido a ataques da Rússia há meses ao redor da cidade, onde as forças de Moscou avançam lentamente na tentativa de eventualmente dominar a área. Pokrovsk é um importante entroncamento ferroviário da região, uma das que foram anexadas por Vladimir Putin em 2022 —embora não seja ainda totalmente controlada por Moscou.
“Visitei o posto de comando do Grupo Tático de Pokrovsk e me encontrei com os comandantes da linha de drones, que uniu as melhores unidades de sistemas não tripulados das Forças Armadas da Ucrânia”, escreveu Zelenski na rede social X. “Recebi um relatório sobre a defesa da direção de Pokrovsk, a situação operacional e o progresso das missões”, disse.
Também neste sábado, o Kremlin afirmou que reserva-se o direito a uma “resposta simétrica” a ataques ucranianos a instalações energéticas russas, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores da russo.
Nesta semana, Putin concordou em uma ligação com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com um cessar-fogo parcial de 30 dias que abarcaria apenas alvos relativos à infraestrutura de energia.
Esse acordo ficou aquém de um pacto mais amplo que Washington buscava para um cessar-fogo geral de 30 dias, que foi aceito pela Ucrânia.
As nova rodada de negociações para implementar o cessar-fogo, que irão ocorrer separadamente entre negociadores americanos e as duas partes, estão agendadas para começar nesta semana na Arábia Saudita.
Na noite de sexta-feira (21), ataques russos mataram uma família de três pessoas em Zaporíjia e outras quatro pessoas no norte e no leste do país, disseram autoridades ucranianas
O governador regional de Zaporíjia, Ivan Fedorov, disse nas redes sociais que a cidade foi atingida mais de dez vezes. No local do bombardeio, equipes de resgate vasculhavam pilhas de escombros em meio ao barulho de uma serra elétrica e podiam ser vistas carregando pelo menos um corpo.
“O terrorismo russo continua a destruir famílias por toda a Ucrânia”, escreveu a primeira vice-primeira-ministra Iulia Sviridenko no X, em resposta ao ataque.
Uma das mais intensas trocas de ataques com drones do conflito resultou em uma impressionante explosão na base de Engels-2, principal sede de bombardeiros estratégicos para ataques nucleares e convencionais da Rússia. A ação, captada em múltiplas filmagens de celulares de moradores, ocorreu na manhã de quinta-feira (20), madrugada no Brasil.
É possível ver um cogumelo de fumaça gigante subindo, o que faz supor que um depósito de munições da base foi atingido.
A Rússia tem atacado repetidamente a infraestrutura energética ucraniana em mais de três anos de combates, e a Ucrânia responde atingindo instalações energéticas na Rússia.
“Assim como em 2022, provocações estão sendo usadas novamente com o objetivo de interromper o processo de negociação. Estamos claramente avisando que, se o regime de Kiev continuar sua linha destrutiva, a Federação Russa reserva-se o direito de responder, incluindo com uma resposta simétrica”, disse o ministério.
O uso de drones transformou a guerra desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, e a Ucrânia tem buscado aumentar as unidades de drones e impulsionar a produção doméstica.
Neste mês, o Ministério da Defesa de Kiev disse que compraria cerca de 4,5 milhões de drones de FPV (visão em primeira pessoa, na sigla em inglês) em 2025, principalmente de produtores domésticos, mais do que dobrando a taxa do ano passado.
