No mesmo dia em que o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou a taxa básica de juros (Selic), presidente Lula (PT) afirmou que a economia não vai desacelerar, desafiou os economistas e disse o Brasil vai fechar 2025 com um crescimento acima de 3%.
“Os especialistas dizem que o Brasil não vai crescer muito em 2025 e eu quero aqui fazer um desafio aos teóricos. O Brasil vai crescer outra vez acima de 3%. Esse país é o país que mais tem crescido no mundo, praticamente, só tem um ou dois países que crescem mais do que nós”, disse Lula na noite desta quarta-feira (19) em Fortaleza.
Nesta quarta, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou a taxa básica de juros (Selic) em um ponto percentual, de 13,25% para 14,25% ao ano, mesmo nível atingido durante a crise do governo de Dilma Rousseff (PT).
Em discurso, o presidente citou as projeções dos economistas para os anos de 2023 e 2024 e disse que os resultados foram acima das expectativas iniciais. No ano passado, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 3,4%.
Dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) apontam o Brasil como o quinto que mais cresceu em 2024 em um grupo de 35 nações que divulgaram seus dados de crescimento, atrás de China, Costa Rica, Rússia e Dinamarca.
Nesta quarta-feira, o Ministério da Fazenda manteve em 2,3% a sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025. Os dados foram apresentados pela Secretaria de Política Econômica no Boletim Macrofiscal.
Lula voltou a afirmar que 2025 será um ano de colheita e citou medidas econômicas como o Crédito do Trabalhador, consignado que promete oferecer juros menores para quem tem carteira assinada, e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000.
“Eu não sou economista, mas eu tenho uma tese na economia. Minha tese é simples: se pouca gente tiver muito dinheiro, o Brasil vai continuar pobre. […] Agora, o contrário, se todo mundo tiver um pouco, o Brasil vai ser muito melhor. O dinheiro tem que circular”, afirmou.
O presidente evitou fazer menções à Selic, mas afirmou que os trabalhadores vão ter juros mais baratos.
“A gente vai ter crédito para que as pessoas possam tomar dinheiro emprestado, pagar juros mais barato e fazer os investimentos que quiserem. A gente vai fazer muito crédito para o pequeno e médio empreendedor. […] Aquele que quiser trabalhar por conta própria e arriscar a vida, vai ter crédito para ele provar se ele tem competência ou não”, afirmou o presidente.
Lula foi a Fortaleza para participar da cerimônia de inauguração do Hospital Universitário do Ceará, ligado à Universidade Estadual do Ceará (Uece).
O novo hospital ocupa uma área de 78,6 mil metros quadrados, com três torres e sete pavimentos, e abrange os segmentos clínico, cirúrgico e materno-infantil. A nova unidade terá 652 leitos e mais 180 leitos complementares.
Mais cedo, o presidente esteve no Rio Grande do Norte, onde inaugurou a Barragem de Oiticica. Com um investimento de R$ 765 milhões, a obra faz parte do Complexo Oiticica, que vai beneficiar o sertão do Seridó com o represamento das águas do rio Piranhas.
