O Hamas anunciou nesta sexta-feira (14) que está disposto a libertar um refém israelo-americano e entregar os corpos de outras quatro pessoas com dupla nacionalidade, como parte de acordo para avançar nas negociações de trégua com Israel na Faixa de Gaza.
O grupo terrorista afirmou em comunicado que “respondeu positivamente” à proposta apresentada na véspera pela equipe de cessar-fogo para reiniciar as negociações de nova trégua.
O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, por sua vez, disse que o Hamas está envolvido em “manipulação e guerra psicológica” e que o grupo terrorista não cedeu um milímetro nas negociações.
O gabinete israelense, porém, vai se reunir na noite de sábado (15) para analisar o relatório detalhado enviado pelos mediadores e, então, decidir os próximos passos para a libertação de reféns, segundo o site de notícias Axios.
Dois integrantes do Hamas disseram que seu acordo para liberar o refém com cidadania americana e devolver os quatro corpos era condicionado ao início das negociações sobre a segunda fase do cessar-fogo, abertura de passagens e suspensão do bloqueio total, inclusive de ajuda humanitária, imposto por Israel duas semanas atrás.
“Estamos trabalhando com mediadores para que o acordo tenha sucesso e para compelir a ocupação [Israel] a concluir todas as fases do acordo”, disse Abdel-Latif al-Qanoua, porta-voz do Hamas.
Reuniões nos últimos dias entre líderes do Hamas e o negociador de reféns dos Estados Unidos, Adam Boehler, buscaram a libertação de Edan Alexander, um homem de 21 anos de Nova Jersey que serviu como soldado nas Forças Armadas de Israel.
O enviado especial do presidente Donald Trump, Steve Witkoff, disse a repórteres na Casa Branca no início de março que obter a libertação de Alexander era uma “prioridade máxima”.
“A aprovação do Hamas para liberar Edan Alexander visa avançar para a conclusão das fases do acordo”, disse Qanoua.
Taher al-Nunu, um dirigente do grupo terrorista, disse à agência de notícias AFP que os quatro corpos eram de reféns israelo-americanos. “As cinco pessoas que o Hamas concordou em libertar sob a nova proposta dos EUA são ou foram prisioneiros israelenses com nacionalidade americana.”
Uma nova rodada de negociações indiretas sobre o frágil cessar-fogo em Gaza, que entrou em vigor em 19 de janeiro, após 15 meses de guerra, começou na terça-feira (11) no Qatar, onde Witkoff, o enviado do presidente americano, participou dos esforços de mediação.
Assim como as outras libertações de reféns ocorridas desde 19 de janeiro, estas devem ser realizadas em troca da libertação de prisioneiros palestinos mantidos por Israel. Uma pessoa próxima ao Hamas afirmou que foram acordados novos critérios, incluindo um aumento no número de detidos palestinos a serem libertados em troca dos israelenses.
