Dias após seu CEO se encontrar com Donald Trump, a Apple anunciou nesta segunda-feira (24) que planeja gastar US$ 500 bilhões (R$ 2,86 trilhões) nos Estados Unidos nos próximos quatro anos, contratar 20 mil pessoas e abrir uma fábrica no Texas para produzir máquinas que impulsionem o avanço da empresa em inteligência artificial.
“Estamos otimistas quanto ao futuro da inovação norte-americana e temos orgulho de expandir nossos investimentos de longa data nos EUA”, disse Tim Cook, CEO da Apple, em comunicado.
Cook se encontrou com Trump na semana passada. Após essa reunião, o presidente dos EUA afirmou que a empresa transferiria a produção para o país. “Eles vão construir aqui em vez disso, porque não querem pagar as tarifas”, disse Trump em um discurso para um grupo de governadores.
A maioria dos iPhones é fabricada na China pela gigante taiuanesa de eletrônicos Foxconn. Neste mês, tarifas dos EUA de 10% sobre todos os produtos chineses entraram em vigor. Tarifas sobre importações do Canadá, México e outros parceiros comerciais importantes podem ser impostas nas próximas semanas.
A Foxconn gastou milhões de dólares nos últimos dois anos expandindo suas operações fora da China, incluindo o Texas e o México, onde a empresa já monta servidores de IA. O presidente da empresa disse anteriormente que essa expansão ajudaria a proteger a Foxconn contra as tarifas dos EUA.
A Apple afirmou que começará a montar servidores avançados “anteriormente fabricados fora dos EUA” em uma nova instalação de 23 mil metros quadrados em Houston. A instalação está programada para ser inaugurada no próximo ano, disse a Apple, e “criará milhares de empregos”. À medida que a empresa lançar recursos de IA em seus dispositivos, também planeja expandir suas operações de data center no Arizona, Iowa, Nevada, Carolina do Norte e Oregon.
A Apple descreveu seu anúncio de segunda-feira como seu “maior compromisso de gastos de todos os tempos”, com os US$ 500 bilhões sendo destinados a instalações de fabricação, data centers, produções de entretenimento e outras iniciativas.
No mesmo período, a empresa planeja contratar 20 mil pessoas, com foco principalmente em “P&D, engenharia de silício, desenvolvimento de software e IA e aprendizado de máquina”.
Quatro anos atrás, alguns meses após a posse de Joe Biden na presidência, a Apple anunciou uma “aceleração” de seus investimentos nos EUA, comprometendo-se a gastar US$ 430 bilhões e adicionar 20 mil empregos em cinco anos. Em janeiro de 2018, durante o primeiro mandato de Trump, a empresa disse que sua “contribuição direta para a economia dos EUA” seria de US$ 350 bilhões em cinco anos e que planejava criar 20 mil empregos nesse período.
A Apple não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
